Tudo filmado: mulher é atingida no rosto por bala de borracha durante confusão no Carnaval 2d5148
Brasil – Uma cena de tensão marcou o fim das festividades do Carnaval em Capinópolis, no Triângulo Mineiro, Minas Gerais, na madrugada do último sábado, 1º de março. Uma jovem, cuja identidade não foi divulgada, foi atingida no rosto por uma bala de borracha disparada pela Polícia Militar (PMMG) durante uma confusão entre foliões e agentes de segurança. O incidente, registrado em vídeos que circulam nas redes sociais, levantou debates sobre a conduta policial e deixou a vítima com sérias sequelas.
O caso ocorreu após o término dos shows do “Capim Folia 2025”, tradicional evento carnavalesco da cidade. Imagens gravadas por testemunhas mostram o momento em que duas mulheres e um homem se envolvem em um confronto físico com policiais. Em meio aos empurrões, uma das jovens tenta tomar a espingarda calibre .12 de um militar. Nesse instante, o disparo acontece, atingindo a jovem diretamente na bochecha. A força do impacto a faz virar o rosto, e ela cai, visivelmente ferida.
A vítima, de 39 anos, segundo informações apuradas em notícias locais, foi socorrida e encaminhada ao Pronto Socorro Municipal de Capinópolis, onde o projétil foi removido. Relatos apontam que ela sofreu uma fratura na mandíbula e, até o momento, não consegue abrir a boca, podendo necessitar de uma cirurgia de risco para reparar o dano. A gravidade da lesão chocou familiares e moradores da cidade, que cobram explicações.
A situação no hospital ainda ganhou um desdobramento: o irmão da jovem, revoltado com o ocorrido, quebrou a porta de vidro da unidade de saúde e acabou preso em flagrante por dano ao patrimônio público.
Versões conflitantes
A Polícia Militar de Minas Gerais emitiu nota oficial afirmando que o disparo foi acidental. Segundo o comunicado, os agentes foram hostilizados e desacatados por populares durante a dispersão dos foliões remanescentes. “Uma dessas pessoas tentou arrebatar a espingarda de um policial militar, o que resultou em um disparo acidental de munição de elastômero, que a atingiu no rosto”, justificou a PMMG. A corporação destacou que a ação seguiu protocolos para conter a situação, que, segundo eles, representava risco à ordem pública.
Testemunhas, no entanto, contestam essa versão. Em posts no X e entrevistas a veículos regionais, como o Estado de Minas, pessoas que estavam no local alegam que a abordagem policial foi truculenta e desproporcional. “Não tinha motivo pra isso. Ela só estava lá, e de repente veio o tiro. Foi muito rápido”, relatou uma testemunha anônima em vídeo compartilhado nas redes. A percepção de excesso policial ganhou força entre os moradores, que questionam o uso de balas de borracha em um contexto festivo.