Trump intensifica pressão sobre Irã após ataque israelense: “Façam o acordo ou não restará nada” 35b51
Mundo – Em um tom beligerante, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou a pressão sobre o Irã nesta sexta-feira (13), exigindo que Teerã aceite um novo acordo nuclear após um devastador ataque israelense a infraestruturas nucleares iranianas. Horas após o bombardeio, que resultou na morte de lideranças militares e cientistas, Trump usou sua rede social, Truth Social, para enviar uma mensagem direta ao governo iraniano: “Façam o acordo, antes que não sobre mais nada.”
O ataque, conduzido pelo Exército israelense na madrugada, atingiu dezenas de alvos estratégicos no Irã, incluindo instalações nucleares em Teerã e outras cidades. Segundo Israel, a operação visava frear o avanço do programa nuclear iraniano, que o país considera uma ameaça existencial. O premiê Benjamin Netanyahu classificou o momento como “decisivo na história de Israel”. Explosões abalaram o território iraniano, e as autoridades locais ainda avaliam a extensão dos danos.
Trump e a Retórica de Confrontação
A declaração de Trump reflete sua estratégia de combinar diplomacia agressiva com ameaças militares. Desde que reassumiu a presidência em janeiro de 2025, o republicano tem insistido em renegociar o acordo nuclear com o Irã, abandonado por ele em 2018. Cinco rodadas de negociações ocorreram desde abril, mas sem avanços significativos. Um sexto encontro estava agendado para domingo (15), mas o ataque israelense coloca em dúvida sua realização.
No Truth Social, Trump adotou um tom apocalíptico: “Dei ao Irã chance após chance. Avisei que seria pior do que qualquer coisa que conhecessem. Os Estados Unidos têm os melhores equipamentos militares do mundo, e Israel os utiliza bem. Alguns linha-dura iranianos falaram com bravura, mas agora estão mortos. A situação só vai piorar. O Irã precisa fazer um acordo para salvar o que resta do Império Persa.” Ele concluiu com um apelo dramático: “Chega de mortes, apenas façam isso, antes que seja tarde demais.”
Resposta Iraniana e Escalada de Tensões
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, reagiu com firmeza, prometendo que Israel e os Estados Unidos “pagarão caro” pelo ataque. Em um discurso televisionado, Khamenei afirmou que os israelenses enfrentarão “um destino amargo” e acusou Washington de cumplicidade na ofensiva. A retórica de ambos os lados alimenta temores de uma escalada regional, com consequências imprevisíveis.
O ataque israelense não apenas destruiu alvos nucleares, mas também eliminou figuras-chave do establishment militar e científico iraniano, o que pode comprometer a capacidade de Teerã de responder no curto prazo. No entanto, analistas alertam que o Irã pode retaliar por meio de proxies, como o Hezbollah, ou intensificar ações assimétricas contra interesses ocidentais.
Contexto Geopolítico e Riscos
A ofensiva de Israel ocorre em um momento de alta tensão no Oriente Médio, agravada pela retomada de Trump ao poder e sua política de “máxima pressão” contra o Irã. A coordenação entre Washington e Jerusalém parece evidente, embora os EUA neguem envolvimento direto no ataque. A Casa Branca, por ora, mantém silêncio oficial, enquanto Trump utiliza sua plataforma pessoal para ditar o ritmo da narrativa.
A comunidade internacional acompanha com apreensão. A União Europeia pediu moderação, enquanto Rússia e China, aliados do Irã, condenaram o ataque israelense como uma violação da soberania iraniana. No Conselho de Segurança da ONU, uma reunião de emergência foi convocada para discutir a crise.
O Futuro das Negociações
O ultimato de Trump coloca o Irã em uma posição delicada. Aceitar um acordo sob pressão pode ser visto como capitulação pelo regime, enquanto a recusa aumenta o risco de novos ataques. A destruição de parte de sua infraestrutura nuclear já representa um revés significativo para Teerã, mas a resiliência do programa atômico iraniano, que opera em segredo há décadas, não pode ser subestimada.
Enquanto o mundo aguarda os próximos os, a troca de ameaças entre Trump, Netanyahu e Khamenei sinaliza que o Oriente Médio está à beira de um conflito mais amplo. A janela para a diplomacia se estreita, e o custo de um erro de cálculo pode ser catastrófico.