Brasília Amapá Roraima Pará |
Manaus
STORIES
Brasília Amapá Roraima Pará

Biodiversidade costeira do Amapá e Pará correm risco ecológico com Blocos de Petróleo leiloados pelo Governo Lula 636j3n

Compartilhe
Biodiversidade costeira do Amapá e Pará correm risco ecológico com Blocos de Petróleo leiloados pelo Governo Lula

Brasil – A recente decisão do governo federal de leiloar 68 blocos de petróleo na Amazônia Legal, sendo 47 na Foz do Amazonas, acendeu um alerta sobre os impactos ambientais que a medida pode causar. A região, localizada na costa dos estados do Amapá e Pará, é conhecida por sua rica biodiversidade marinha e por abrigar parte do Grande Sistema Recifal da Amazônia (GARS), ecossistema de alta sensibilidade ambiental. O levantamento foi realizado pelo site InfoAmazônia. 

O leilão, anunciado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) no início de fevereiro, será realizado em 17 de junho. O objetivo é atrair investimentos para a exploração petrolífera, mesmo diante da recusa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em conceder licenças ambientais para projetos na região. Os técnicos do Ibama já negaram, por duas vezes, o licenciamento do bloco 59, operado pela Petrobras, devido às ameaças à fauna e flora marinha.

Ameaça à biodiversidade e resistência ambiental

A Foz do Amazonas é um ecossistema essencial para diversas espécies marinhas, incluindo corais, peixes e cetáceos. O Grande Sistema Recifal da Amazônia, por exemplo, foi descrito por cientistas em 2018 e representa um dos maiores sistemas recifais do mundo, sendo um local ainda pouco estudado. A perfuração de poços de petróleo na área pode colocar em risco esse bioma, que desempenha um papel crucial no equilíbrio ecológico da região.

Ambientalistas e organizações como o Greenpeace e o Observatório do Clima têm criticado a decisão do governo, alertando que os impactos da exploração petrolífera podem ser irreversíveis. O Greenpeace Brasil declarou que “não é aceitável que discussões sobre abrir uma nova fronteira de exploração de petróleo em uma região tão importante como a Amazônia sejam sequestradas por interesses políticos”.

O ime político

Apesar das preocupações ambientais, o presidente Lula defende a exploração da região. Recentemente, ele criticou a demora na concessão de licenças ambientais e pressionou o Ibama a liberar a perfuração do bloco 59. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, por outro lado, reforçou que a decisão deve ser baseada em critérios técnicos e científicos, respeitando as avaliações do órgão ambiental.

Enquanto o debate se intensifica, empresas petroleiras aguardam a oportunidade de expandir suas operações na região. Entre as companhias habilitadas para o leilão estão gigantes do setor, como Shell e ExxonMobil, além da Petrobras. Apesar dos obstáculos regulatórios, a presença dessas multinacionais reforça a possibilidade de avanço da exploração petrolífera na costa do Amapá.

O leilão dos blocos de petróleo na Foz do Amazonas expõe um dilema entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Enquanto o governo federal busca avançar na exploração de recursos energéticos, cientistas e ambientalistas alertam para os riscos irreparáveis ao ecossistema marinho. O futuro da biodiversidade da costa do Amapá está em jogo, e as decisões tomadas nos próximos meses definirão o destino dessa região de importância ecológica global.


Siga-nos no Google News Portal CM7


Carregar mais